Patrimônio histórico
Empresa responsável apresenta projeto de restauro do Theatro Sete de Abril
Orçamento total é de R$ 20 milhões, dos quais R$ 7 milhões já foram garantidos junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Jô Folha -
Servindo exclusivamente como marquise para chuva nos últimos seis anos por conta de interdição determinada pelo Ministério Público Federal (MPF), em março de 2010, o Theatro Sete de Abril está um pouco mais próximo de sua reabertura. Na tarde desta quinta-feira (21), no Paço Municipal, a Solé Associados, empresa responsável pelo projeto de restauro, apresentou o passo a passo da reforma, cujo orçamento total é de R$ 20 milhões - R$ 7 milhões já foram garantidos junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
São algumas das solicitações para a reabertura e atendidas no trabalho a adequação das poltronas da plateia para cadeirantes, obesos e portadores de necessidades especiais, climatização através de um ar-condicionado e exaustor de fumaça em caso de incêndio, além de rampas e um elevador que darão acesso aos mais diferentes níveis do teatro. "Não é uma questão de gosto, mas de lei. São equipamentos caros, mas normativos", afirmou o engenheiro da empresa, Ismael Solé.
A arquiteta responsável pelo projeto, Antonella Petrucci Solé, logo no início da apresentação fez questão de deixar claro: em 2014, quando a empresa assumiu o restauro, o Sete de Abril já não se encontrava da mesma forma do que em 2010. "Por estar fechado, ele foi se deteriorando. Talvez se estivesse aberto não estaria tão ruim. Então foi preciso iniciar tudo do zero, com readequação normativa atendendo legislações de acessibilidade, climatização, prevenção de incêndios", disse, justificando a espera de seis anos, até o momento, para que a população tenha novamente seu teatro público. "São intervenções de difícil trato e o tempo é necessário para um trabalho de qualidade", completou.
De acordo com Ismael Solé, o maior desafio do projeto foi fazer com que as intervenções, centradas na estrutura do teatro, fossem delicadas, sem interferir no patrimônio existente. "Algo secundário, que não se note a diferença no local. Não queremos que o teatro tenha a nossa assinatura, queremos que ele volte e siga sendo seu ator principal." Encerrando a apresentação, a dupla ilustrou como se pretende que o Sete de Abril fique após a reforma: mostrou uma foto do local antes da interdição.
Entrega
Após a entrega do projeto ao Conselho Municipal de Cultura e à Associação Cultural Amigos do Theatro Sete de Abril (Amasete), com alegre música ao fundo, lamentou a impossibilidade de utilizar, durante a sua gestão, o Camarote do Prefeito do teatro. "A retomada é muito mais complexa do que se imagina. Temos agora algo licitável", comentou.
Segundo o Chefe do Executivo, a intenção é de que se inicie a obra com os R$ 7 milhões já adquiridos, não sendo preciso ter todo o orçamento necessário para que os trabalhos se iniciem. Da opinião partilha o agente cultural pelotense Alexandre Mattos, presente na apresentação. "O problema é o tempo. Estamos há seis anos sem formar público na cidade e isso é muito grave. Tem de haver uma mobilização do governo e da comunidade", comentou.
Relembre
- O Theatro Sete de Abril foi interditado em março de 2010, pelo MPF, por conta de problemas estruturais.
- Em outubro de 2014 a obra de restauro do telhado, imprescindível para que o local não se deteriorasse ainda mais, foi concluída.
- Com os reparos orçados em R$ 20 milhões, o objetivo agora é convencer o Iphan a permitir licitação com os R$ 7 milhões disponíveis atualmente.
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